{"id":55924,"date":"2017-01-03T18:13:18","date_gmt":"2017-01-03T18:13:18","guid":{"rendered":"http:\/\/www.obeltrano.com.br\/?post_type=portfolio&p=55924"},"modified":"2017-01-07T09:22:37","modified_gmt":"2017-01-07T09:22:37","slug":"o-aumento-do-onibus-cheira-mal","status":"publish","type":"portfolio","link":"https:\/\/www.obeltrano.com.br\/portfolio\/o-aumento-do-onibus-cheira-mal\/","title":{"rendered":"O aumento do \u00f4nibus cheira mal"},"content":{"rendered":"

[vc_row][vc_column width=”1\/1″][vc_empty_space empty_h=”1″][vc_custom_heading heading_semantic=”p” text_size=”” text_font=”font-139983″ text_weight=”800″ text_color=”color-jevc” sub_reduced=”yes”]<\/p>\n

O aumento do \u00f4nibus cheira mal<\/h1>\n

[\/vc_custom_heading][vc_custom_heading heading_semantic=”h4″ text_size=”h4″ text_font=”font-157049″ text_weight=”400″ text_italic=”yes” separator=”yes” separator_color=”yes” sub_reduced=”yes”]Se o reajuste seguisse a infla\u00e7\u00e3o, a passagem deveria ser R$ 0,51 mais barata[\/vc_custom_heading][vc_column_text]Por Wallace Graciano<\/span><\/p>\n

Foto: Rafael Mendon\u00e7a<\/figcaption><\/figure>\n

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A passagem dos \u00f4nibus subiu novamente hoje (ter\u00e7a-feira, 3 de janeiro) em Belo Horizonte. E como j\u00e1 \u00e9 tradi\u00e7\u00e3o, subiu acima da infla\u00e7\u00e3o. Este \u00e9 o oitavo aumento dos \u00faltimos seis anos. Como o c\u00e1lculo do reajuste das passagens \u00e9 feito pelos pr\u00f3prios donos das empresas de \u00f4nibus e encaminhado para aprova\u00e7\u00e3o da BHTrans, e como esses c\u00e1lculos nunca foram apresentados publicamente de forma clara e acess\u00edvel ao cidad\u00e3o comum, n\u00f3s, d’O Beltrano, decidimos fazer nossas pr\u00f3prias continhas. Os resultados comprovam que os \u00faltimos aumentos s\u00e3o, no m\u00ednimo, injustos.<\/span><\/p>\n

O reajuste de ontem faz com que o belo-horizontino agora tenha que desembolsar R$ 4,05 para utilizar o servi\u00e7o principal da rede, que antes custava R$ 3,70. A varia\u00e7\u00e3o \u00e9 de 9,4%, bem acima da infla\u00e7\u00e3o apurada no per\u00edodo, que \u00e9 de 6,58% (estamos utilizando o IPCA 15 de dezembro, j\u00e1 que ainda n\u00e3o temos o IPCA fechado de 2016, mas a distor\u00e7\u00e3o \u00e9 irrelevante).<\/span><\/p>\n

Em dezembro de 2011, quando houve o primeiro reajuste das passagens na d\u00e9cada, o pre\u00e7o saltou de R$ 2,45 para R$ 2,65. De l\u00e1 para c\u00e1, a tarifa foi alterada, tamb\u00e9m, em dezembro de 2012, abril e dezembro de 2014, al\u00e9m de agosto e dezembro de 2015. No per\u00edodo, o pre\u00e7o das passagens em BH foi alvo de liminares e a\u00e7\u00f5es na Justi\u00e7a em diversas oportunidades, envolvendo o Minist\u00e9rio P\u00fablico, BHTrans e empresas que operam o transporte p\u00fablico na capital, sem grandes sucessos para os usu\u00e1rios.<\/span><\/p>\n

Ent\u00e3o, se levarmos em conta o acumulado na d\u00e9cada desde o primeiro aumento, naquele long\u00ednquo dezembro de 2011, o pre\u00e7o das passagens subiu 65,3%, contra uma infla\u00e7\u00e3o no mesmo per\u00edodo de 41,2%. Se o reajuste seguisse a infla\u00e7\u00e3o, a passagem deveria custar hoje R$ 3,46, e n\u00e3o R$ 4,05, gerando uma economia para o usu\u00e1rio de R$ 0,51 em cada viagem.<\/span><\/p>\n

Se a base de c\u00e1lculos da infla\u00e7\u00e3o ao consumidor e dos custos das empresas de transporte s\u00e3o diferentes n\u00e3o h\u00e1 d\u00favidas. Mas a enorme diferen\u00e7a entre a infla\u00e7\u00e3o e o reajuste dos \u00f4nibus, sempre a favor das empresas, mostra que alguma coisa continua cheirando muito mal no relacionamento entre prefeitura e concession\u00e1rios.<\/span><\/p>\n

Vozes ativas contra o aumento<\/strong><\/span><\/p>\n

Integrante do movimento Tarifa Zero, Juliana Galv\u00e3o discorda veementemente do reajuste, o qual considera abusivo. Ela e membros de diversos coletivos prometem se aliar \u00e0 manifesta\u00e7\u00e3o organizada pelo Movimento Passe Livre (MPL). O protesto partir\u00e1 da Pra\u00e7a Sete de Setembro<\/a>, no Centro da capital, a partir das 17h30 desta ter\u00e7a-feira, e tentar\u00e1 pressionar Alexandre Kalil, prefeito rec\u00e9m-empossado, a interceder diretamente no aumento da tarifa.<\/span><\/p>\n

\u201cEsta manifesta\u00e7\u00e3o \u00e9 organizada pelo Movimento Passe Livre (MPL), mas o Tarifa Zero e outros coletivos est\u00e3o participando ativamente. Todos n\u00f3s entendemos que esse aumento \u00e9 excessivo para a popula\u00e7\u00e3o. A manifesta\u00e7\u00e3o vem com o lema #cancelakalil. Sabemos que o aumento foi feito na gest\u00e3o do Lacerda, mas como ele (Kalil) foi eleito com a promessa de que veria o transporte p\u00fablico atrav\u00e9s dos usu\u00e1rios, queremos que interceda ao nosso favor\u201d, explicou a integrante do Tarifa Zero.<\/span><\/p>\n

Juliana Galv\u00e3o teme que esse aumento atinja outros setores da sociedade. \u201cO Tarifa Zero come\u00e7ou a atuar em 2013. De l\u00e1 para c\u00e1, me assusta ver que esse valor quase aumentou em quase 35%. Isso \u00e9 castrador para o cidad\u00e3o. Sempre falamos que o transporte deveria ser um direito, n\u00e3o um servi\u00e7o. Ainda mais quando se v\u00ea que o acesso ao transporte afeta todos os servi\u00e7os. Sendo prec\u00e1rio, atinge diretamente a sa\u00fade e a educa\u00e7\u00e3o da capital porque, muitas vezes, funcion\u00e1rios n\u00e3o podem chegar em condi\u00e7\u00f5es ideais ao seu local de trabalho\u201d, avalia.<\/span><\/p>\n

Al\u00e9m de tomarem a Pra\u00e7a Sete, os integrantes do movimento se organizaram online contra o aumento da tarifa. Atrav\u00e9s da hashtag #CancelaKalil, os coletivos tentam pressionar o gestor a interceder diretamente no processo. At\u00e9 o in\u00edcio desta tarde, a hashtag havia conseguido alcan\u00e7ar mais de 35 mil usu\u00e1rios nas redes sociais.<\/span><\/p>\n